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domingo, 22 de novembro de 2015

Tesourinha - Tyrannus savana (Vieillot, 1808)



Tesourinha

Também conhecida como tesoura, tesoureira, tesoureiro e tesourinha-do-campo. A tesourinha é uma ave passeriforme da família TyrannidaeMigrante inconfundível, onde passa em grupos de até centenas de indivíduos, em concentrações típicas nos meses de setembro e outubro. Dormem em uma mesma árvore ou árvores próximas quando estão migrando, seja em áreas naturais, seja em áreas urbanas.

Nome Científico

Seu nome científico significaTyrannus savana⇒ caçadora implacável que habita/vive na savana ou ave cruel da savana.

Características

Apesar de não ser colorida, a leveza e graça do voo, bem como a distribuição de cores são muito chamativas. O capuz é negro, apresenta no meio do píleo uma coloração amarela, na maioria das vezes escondido, distingue-se contra a garganta e partes inferiores brancas. Dorso cinza uniforme, com destaque para a longa cauda, que é maior do que o próprio corpo. Há um discreto dimorfismo sexual, sendo que os machos possuem um prolongamento grande da cauda, especialmente das duas penas mais externas. Esta diferença é visível quando as aves estão próximas. O formato da cauda deu origem aos nomes comuns.

Sua voz, com as cerimônias: “tzig” (chamada), seqüência apressada “tzig-tzig-zizizi…ag, ag, ag, ag” (canto) que emite pousado ou em voo, deixando-se cair em espiral, com a cauda largamente aberta e a posição das asas lembrando um pára-quedas.

Subespécies

Possui quatro subespécies reconhecidas:

  • Tyrannus savana savana (Daudin, 1802) – ocorre no centro, sudeste e sul do Brasil, desde o estado de Rondônia e Mato Grosso até o estado do Tocantins e sul do Piauí, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro até o estado do Rio Grande do Sul, no norte e leste da Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
  • Tyrannus savana circumdatus (J. T. Zimmer, 1937) – ocorre no norte do Brasil no leste do estado do Amazonas, Pará e Amapá.
  • Tyrannus savana monachus (Hartlaub, 1844) – ocorre na região central do México até o sul da Colômbia, Venezuela e ilhas da costa venezuelana, Suriname e no norte do Brasil, em Roraima, baixo rio Negro, e talvez ocorra no Amapá.
  • Tyrannus savana sanctaemartae (J. T. Zimmer, 1937) – ocorre no norte da Colômbia e no extremo noroeste da Venezuela.

Alimentação

Hábitos alimentares como o do suiriri, com grande consumo de frutos no período de migração. Dispersa os frutos da erva-de-passarinho no cerrado, com sua característica semente onde um pé adesivo ressalta-se. A polpa envolvente é uma das fontes principais de abastecimento na migração para o norte, mas como não ingere a semente, limpa o bico nos galhos, deixando presa a semente da próxima erva-de-passarinho. Frutos podem ser vistos em fios e arames, resultado dessa limpeza do bico. Em vôo, consegue uma enorme destreza, alterando direção com facilidade, em perseguições mútuas ou à presa (insetos).

Reprodução

O período de reprodução é entre os meses de setembro e dezembro. Os pais preferem fazer seus ninhos em cerrado ralo. O tamanho da ninhada é de 1 a 3 ovos. A incubação leva, em média, 13,6 dias, e após 15 dias os ninhegos deixam o ninho. Os filhotes nascem no final do ano e em fevereiro/março voam para o norte, no segundo grande movimento de migração da espécie. Todas dirigem-se para a parte norte do continente, onde irão passar o outono/inverno austrais. O casal constrói um ninho ralo, aberto e em forma de tigela de gravetos porcamente amontoados. A taxa de sucesso dos ovos é de 39,2%. É comum os filhotes e ovos serem derrubados pelo vento. Os pais se revezam na criação dos filhotes. Os ovos medem 22,2 mm de comprimento e 15,8 de largura e pesam 3,2 g.

Hábitos

Apesar de migrarem em grupos, em setembro os machos já estão exibindo seu característico vôo territorial, pairando em espirais com asas e cauda abertos, ao mesmo tempo em que emite o canto longo e rápido, terminado com três ou quatro notas mais espaçadas. Localmente, procuram as áreas abertas, como os cerrados (daí a razão do savana em seu nome científico), pastagens e áreas de cultura, onde ficam pousadas em mourões de cerca, postes, fios e árvores isoladas. Também podem procurar as matas, ou até mesmo cidades.


Distribuição Geográfica

Talvez poucas aves conheçam melhor a América do Sul do que a tesourinha. Existem tesourinhas que vivem no sul (Argentina, Paraguai e extremo sul do Brasil), em várias outras partes do Brasil, no Caribe e no sul do México. Depois do verão, as tesourinhas migram aos milhares para a região da Amazônia, onde permanecem até o inverno acabar. No início da primavera, cada uma volta para a sua região de origem, onde vão reproduzir, criar os filhotes e começar tudo novamente no ano seguinte. Assim, as tesourinhas são muito abundantes nas regiões onde vivem, mas apenas em algumas épocas do ano. Em outras, desaparecem completamente.