domingo, 22 de novembro de 2015

Tesourinha - Tyrannus savana (Vieillot, 1808)



Tesourinha

Também conhecida como tesoura, tesoureira, tesoureiro e tesourinha-do-campo. A tesourinha é uma ave passeriforme da família TyrannidaeMigrante inconfundível, onde passa em grupos de até centenas de indivíduos, em concentrações típicas nos meses de setembro e outubro. Dormem em uma mesma árvore ou árvores próximas quando estão migrando, seja em áreas naturais, seja em áreas urbanas.

Nome Científico

Seu nome científico significaTyrannus savana⇒ caçadora implacável que habita/vive na savana ou ave cruel da savana.

Características

Apesar de não ser colorida, a leveza e graça do voo, bem como a distribuição de cores são muito chamativas. O capuz é negro, apresenta no meio do píleo uma coloração amarela, na maioria das vezes escondido, distingue-se contra a garganta e partes inferiores brancas. Dorso cinza uniforme, com destaque para a longa cauda, que é maior do que o próprio corpo. Há um discreto dimorfismo sexual, sendo que os machos possuem um prolongamento grande da cauda, especialmente das duas penas mais externas. Esta diferença é visível quando as aves estão próximas. O formato da cauda deu origem aos nomes comuns.

Sua voz, com as cerimônias: “tzig” (chamada), seqüência apressada “tzig-tzig-zizizi…ag, ag, ag, ag” (canto) que emite pousado ou em voo, deixando-se cair em espiral, com a cauda largamente aberta e a posição das asas lembrando um pára-quedas.

Subespécies

Possui quatro subespécies reconhecidas:

  • Tyrannus savana savana (Daudin, 1802) – ocorre no centro, sudeste e sul do Brasil, desde o estado de Rondônia e Mato Grosso até o estado do Tocantins e sul do Piauí, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro até o estado do Rio Grande do Sul, no norte e leste da Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai.
  • Tyrannus savana circumdatus (J. T. Zimmer, 1937) – ocorre no norte do Brasil no leste do estado do Amazonas, Pará e Amapá.
  • Tyrannus savana monachus (Hartlaub, 1844) – ocorre na região central do México até o sul da Colômbia, Venezuela e ilhas da costa venezuelana, Suriname e no norte do Brasil, em Roraima, baixo rio Negro, e talvez ocorra no Amapá.
  • Tyrannus savana sanctaemartae (J. T. Zimmer, 1937) – ocorre no norte da Colômbia e no extremo noroeste da Venezuela.

Alimentação

Hábitos alimentares como o do suiriri, com grande consumo de frutos no período de migração. Dispersa os frutos da erva-de-passarinho no cerrado, com sua característica semente onde um pé adesivo ressalta-se. A polpa envolvente é uma das fontes principais de abastecimento na migração para o norte, mas como não ingere a semente, limpa o bico nos galhos, deixando presa a semente da próxima erva-de-passarinho. Frutos podem ser vistos em fios e arames, resultado dessa limpeza do bico. Em vôo, consegue uma enorme destreza, alterando direção com facilidade, em perseguições mútuas ou à presa (insetos).

Reprodução

O período de reprodução é entre os meses de setembro e dezembro. Os pais preferem fazer seus ninhos em cerrado ralo. O tamanho da ninhada é de 1 a 3 ovos. A incubação leva, em média, 13,6 dias, e após 15 dias os ninhegos deixam o ninho. Os filhotes nascem no final do ano e em fevereiro/março voam para o norte, no segundo grande movimento de migração da espécie. Todas dirigem-se para a parte norte do continente, onde irão passar o outono/inverno austrais. O casal constrói um ninho ralo, aberto e em forma de tigela de gravetos porcamente amontoados. A taxa de sucesso dos ovos é de 39,2%. É comum os filhotes e ovos serem derrubados pelo vento. Os pais se revezam na criação dos filhotes. Os ovos medem 22,2 mm de comprimento e 15,8 de largura e pesam 3,2 g.

Hábitos

Apesar de migrarem em grupos, em setembro os machos já estão exibindo seu característico vôo territorial, pairando em espirais com asas e cauda abertos, ao mesmo tempo em que emite o canto longo e rápido, terminado com três ou quatro notas mais espaçadas. Localmente, procuram as áreas abertas, como os cerrados (daí a razão do savana em seu nome científico), pastagens e áreas de cultura, onde ficam pousadas em mourões de cerca, postes, fios e árvores isoladas. Também podem procurar as matas, ou até mesmo cidades.


Distribuição Geográfica

Talvez poucas aves conheçam melhor a América do Sul do que a tesourinha. Existem tesourinhas que vivem no sul (Argentina, Paraguai e extremo sul do Brasil), em várias outras partes do Brasil, no Caribe e no sul do México. Depois do verão, as tesourinhas migram aos milhares para a região da Amazônia, onde permanecem até o inverno acabar. No início da primavera, cada uma volta para a sua região de origem, onde vão reproduzir, criar os filhotes e começar tudo novamente no ano seguinte. Assim, as tesourinhas são muito abundantes nas regiões onde vivem, mas apenas em algumas épocas do ano. Em outras, desaparecem completamente.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Caneleiro-preto - Pachyramphus polychopterus (Vieillot, 1818)



Caneleiro-preto

O caneleiro-preto é uma ave passeriforme da família Tityridae. Também conhecido como araponguinha, bico-grosso-de-asas-brancas, caneleirinho e caneleirinho-preto.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (grego) pakhus = grosso, robusto; e rhamphos = bico; e de polukhroos = variegado, matizado, pintalgado; e _pteros, pteron = asa; polychopterus = com asa pintalgada. ⇒ (Ave) com bico robusto e asa pintalgada.

Características

Mede entre 14 e 15,5 centímetros de comprimento e pesa entre 19,5 e 21 gramas.
O macho é delgado e de bico largo. A fêmea é verde-olivácea, com bordas na asa e na cauda, de cor ferrugínea e partes inferiores amareladas.
Manifestações sonoras: sua voz desperta muita atenção, forte e sonoro “djöit djöt-djöt-djöt…”. A fêmea tem um canto semelhante ao do macho, mas com volume mais baixo.

Subespécies

Possui oito subespécies reconhecidas:

  • Pachyramphus polychopterus polychopterus (Vieillot, 1818) - ocorre no nordeste do Brasil, dos estados do Piauí e Ceará até os estados de Alagoas e Bahia.
  • Pachyramphus polychopterus similis (Cherrie, 1891) - ocorre na costa caribenha da Guatemala até o extremo norte da Colômbia, na região de Chocó.
  • Pachyramphus polychopterus cinereiventris (P. L. Sclater, 1862) - ocorre no norte da Colômbia.
  • Pachyramphus polychopterus dorsalis (P. L. Sclater, 1862) - ocorre na região tropical e subtropical do sudoeste da Colômbia e noroeste do Equador.
  • Pachyramphus polychopterus spixii (Swainson, 1838) - ocorre do sudeste e sul do Brasil até o Paraguai, Uruguai, leste da Bolívia e norte da Argentina.
  • Pachyramphus polychopterus nigriventris (P. L. Sclater, 1857) - ocorre na região tropical do sudeste da Colômbia, da região de Meta até o sul da Venezuela, norte da Bolívia e no oeste do Brasil, em ambas as margens do Rio Amazonas.
  • Pachyramphus polychopterus tenebrosus (Zimmer, 1936) - ocorre na região tropical do sudeste da Colômbia, da região de Caquetá até o leste do Equador e nordeste do Peru.
  • Pachyramphus polychopterus tristis (Kaup, 1852) - ocorre do nordeste da Colômbia até as Guianas e no nordeste da Amazônia brasileira, do estado de Roraima até o estado do Maranhão e sudeste do estado do Pará; também ocorre nas Ilhas de Trinidad e Tobago, no Caribe.

(IOC World Bird List 2018).

Alimentação

Come imagos e larvas de insetos complementando a alimentação vegetal, sobretudo quando esta escasseia, por exemplo, durante as chuvas.

Reprodução

Constrói ninhos no alto de árvores isoladas, na forma de uma grande bola de musgo e outros materiais macios, com entrada lateral protegida e câmara incubatória pequena na parte superior.


Hábitos

Habita a orla da mata. Regularmente segue bandos mistos de pássaros. Pousa geralmente ereto. É brigão.

Distribuição Geográfica

Ocorre da América Central e das Guianas à Bolívia, Argentina e Uruguai, e em todo o Brasil.

Fonte: caneleiro-preto (Pachyramphus polychopterus) | WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil

Patinho-gigante - Platyrinchus leucoryphus (Wied, 1831)



Patinho-gigante

O patinho-gigante é uma ave passeriforme da família Platyrinchidae. Também chamado de patinho-de-asa-castanha.

Nome Científico

Seu nome científico significaPlatyrinchus leucoryphus⇒ [ave de] bico largo/achatado de coroa branca.

Características

O patinho-gigante é uma ave inconfundível devido ao seu bico ser completamente achatado, de onde nasceu o nome comum de patinho. Medindo quase 13 centímetros, em sua coloração predomina o marrom esverdeado nas partes superiores, onde algumas penas das asas são marrom-acastanhadas. A cabeça apresenta uma crista branca, que se arrepia em situações de excitação ou estresse. Tem a garganta branca e peito marrom-sujo, que se torna quase branco no abdômen. Pode ser sintópico ao patinho (Platyrinchus mystaceus).

Subespécies

Espécie monotípica (não são reconhecidas subespécies).
(Clements checklist, 2014).

Alimentação

Alimenta-se primariamente de insetos.


Reprodução

Hábitos reprodutivos…

Hábitos

É encontrado na mata atlântica, matas de araucária e matas subtropicais até 1000 metros. Usualmente em casais, acompanham bandos mistos pelos estratos baixos, tanto na mata primária quanto na secundária.

Distribuição Geográfica

Espécie endêmica da Mata Atlântica, sua ocorrência original abrange o sudeste do Paraguai, nordeste da Argentina e leste do Brasil, neste último desde o sul da Bahia até o nordeste do Rio Grande do Sul. No Rio Grande do Sul não possui registros há mais de 70 anos e provavelmente está extinto no estado.

Fonte: patinho-gigante (Platyrinchus leucoryphus) | WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Beija-flor-de-garganta-verde - Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788)


Beija-flor-de-garganta-verde

O beija-flor-de-garganta-verde é uma ave apodiforme da família Trochilidae.

A espécie de beija-flor médio mais encontrada nos ambientes abertos e bordas de matas, visita as flores de arbustos, trepadeiras e árvores isoladas ou na borda da mata. É afastado pelos beija-flores maiores, mas é agressivo com outros da mesma espécie ou menores.

Nome Científico

Seu nome científico significa: de Amazilia = heroína inca na novela “Les Incas, ou la destruction de l'Empire du Pérou” de Jean Marmontel (1777); e do (latim) fimbriata, fimbriatum = com franja, franjado. ⇒ Amazilia com franja.

Características

Mede de 8,5 a 11 cm de comprimento e pesa em torno de 5 g. A cor dominante é um verde claro, com tons brilhantes sob luz adequada. Olhos escuros e, atrás do olho, destaca-se um ponto branco, mesmo tom da barriga e do desenho afunilado do peito, terminando na garganta de aspecto escamado, delimitada pelo verde dominante do pescoço e peito. Asas escuras e cauda arredondada com as penas centrais na cor verde-bronzeada, as demais penas da cauda são progressivamente escuras. Bico longo e reto, com a maxila escura e a mandíbula na cor rosada com a ponta escura. Os adultos possuem pernas e pés escuros. O centro do peito, abdome inferior e crisso são brancos, enquanto que os flancos são da cor verde com brilho bronzeado.
Macho e fêmea são muito semelhantes. As fêmeas adultas têm barras brancas na garganta. A plumagem da fêmea é ligeiramente mais opaca que a do macho.
Os jovens possuem coloração um pouco mais marrom-acinzentada com o abdome branco.

Possui um canto matinal, chilreado e repetitivo, emitido de poleiros tradicionais desde a madrugada. Para identificá-lo corretamente é necessário notar o tom verde fosco da garganta e a linha branca do peito, expandindo-se na barriga.

Subespécies

São sete as subespécies de (Amazilia fimbriata), com pequenas variações na plumagem:

.Amazilia fimbriata fimbriata (J.F. Gmelin, 1788) - Ocorre no nordeste da Venezuela da bacia do Orinoco para as Guianas e norte do Brasil, norte da Amazônia.

Amazilia fimbriata elegantissima (Todd, 1942) - Ocorre no extremo nordeste da Colômbia e norte e noroeste da Venezuela.

.Amazilia fimbriata apicalis (Gould, 1861) - Ocorre na Colômbia ao leste dos Andes.

.Amazilia fimbriata fluviatilis (Gould, 1861) - Ocorre no sudeste da Colômbia e leste do Equador.

.Amazilia fimbriata laeta (Hartert, 1900) - Ocorre no nordeste do Peru.

.Amazilia fimbriata nigricauda (Elliot, 1878) - Ocorre no leste da Bolívia e Brasil central e sul da Amazônia.

.Amazilia fimbriata tephrocephala (Vieillot, 1818) - Ocorre na costa sudeste do Brasil do Espírito Santo até o Rio Grande do Sul. Esta subespécie é ligeiramente maior que as outras subespécies.

Alimentação

Apesar de pequeno, é ágil e inquieto, podendo bater as asas até 70 vezes por segundo. Tal velocidade lhe garante a habilidade de ficar parado no ar em pleno voo. Para manter tal velocidade, gasta muita energia, por isso alimenta-se cerca de 15 vezes por hora. Pode alimentar-se do suco direto da laranja posta no comedouro para outras aves. Alimenta-se também do néctar da flor brinco-de-princesa, que fica nas praças públicas.

Reprodução

As fêmeas passam a época de reprodução trabalhando, pois sozinhas elas montam o ninho, chocam e cuidam dos filhotes. Colocam apenas 2 ovos por vez. Os filhotes tornam-se rapidamente independentes. Em média, com 4 semanas o filhote está pronto para partir do ninho. Alguns filhotes recém-chegados ao mundo costumam confundir qualquer coisa colorida com alimento (flores), assim aproximando-se de qualquer objeto chamativo


Hábitos

Adapta-se a ambientes urbanos e é um dos maiores frequentadores de garrafinhas de água com açúcar ou flores nas grandes cidades do centro do Brasil.

Curiosidades

Graças a ossos curtos e flexíveis pode movimentar as asas em todas as direções e ter outra habilidade incomum, a de voar para trás.

Fonte: beija-flor-de-garganta-verde (Amazilia fimbriata) | WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil


Andorinha do campo - Progne tapera (Vieillot, 1817)



Andorinha-do-campo

Também conhecida como andorinha, chabó (Araraquara, SP), major, taperá e uiriri (AM). a andorinha-do-campo é uma ave passeriforme da família Hirundinidae.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (latim) progne, procne = andorinha; e do (tupi) tapiera, tapera = nome tupi para uma variedade de andorinhas, seu nome significa: vivendo em casa. ⇒ Andorinha que vive em casa.

Características

Mede entre 16 e 17 centímetros de comprimento e pesa entre 30 e 40 gramas.
É uma espécie grande, com cor de fuligem, garganta e abdômen brancos, e a parte inferior da cauda também é branca. Somente os jovens possuem penas azuis.
Sua voz é rouca e metálica “tschri”, e seu canto é mais melodioso “djü-il-djü”, “dchri-dchri-dchrruid”. Dispõe, no sul do país, de notável canto de madrugada, executado em voo.

Subespécies

Possui duas subespécies reconhecidas:

  • Progne tapera tapera (Linnaeus, 1766) - ocorre da porção tropical do leste da Colômbia, Equador, Peru até a Bolívia, da Venezuela até as Guianas e na Amazônia brasileira. Ocorre também na ilha de Trinidad no Caribe;
  • Progne tapera fusca (Vieillot, 1817) - ocorre do sudeste do Brasil até o Paraguai, leste da Bolívia, Uruguai e norte da Argentina.

Alimentação

As aves dessa espécie são rigorosamente entomófagas, sendo um dos maiores consumidores de plâncton aéreo; comem cupins, formigas, moscas e até abelhas.


Reprodução

A espécie se reproduz na Amazônia e nidifica no Sul nos meses mais quentes. Para procriar usa vários tipos de ocos, e é extensamente dependente do ninho do joão-de-barro (Furnarius rufus), onde prepara uma tigela macia, utilizando esterco.

Hábitos

Habita o campo e a paisagem aberta de cultura. Tenta voar contra o vento. O casal costuma dormir junto no ninho, o que não é comum em aves. Pousa sobre fios elétricos. Torna-se inquieta ao amanhecer e ao anoitecer. Aumenta seu piar e grinfar até ocupar o lugar de dormir.

Fonte: andorinha-do-campo (Progne tapera) | WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil

domingo, 1 de dezembro de 2013

Pia-cobra - Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789)


Pia-cobra

O pia-cobra é uma ave passeriforme da família Parulidae. Também conhecido popularmente como canário-sapé, vira-folhas, caga-sebo, curió-do-brejo (Minas Gerais) e pia-cobra-do-sul.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (grego) geö = terra, chão; e de thlupis = pequeno pássaro desconhecido, em ornitologia thlypis significa tanto rouxinol como tentilhão; e do (latim) aequinoctialis, aequinoctium = equinocial, equinócio. ⇒ (Ave) equinocial, pequeno rouxinol do chão. “Figuier olive de Caiena” de d'Aubenton (1765-1781) (Geothlypis).

Características

O macho possui o alto da cabeça cinza com uma máscara preta na região dos olhos, a fêmea tem as cores mais discretas e não possui a máscara preta. O pia-cobra possui aproximadamente 13,5 centímetros de comprimento e pesa 12 gramas.

Subespécies

Possui cinco subespécies reconhecidas:

  • Geothlypis aequinoctialis aequinoctialis (J. F. Gmelin, 1789) : Nordeste da Colômbia, Venezuela, Guianas, Suriname, norte do Brasil e Trinidad;
  • Geothlypis aequinoctialis chiriquensis (Salvin, 1872) : Costa Rica e região adjacente do sudoeste do Panamá;
  • Geothlypis aequinoctialis auricularis (Salvin, 1883) : Oeste do Equador (Pacífico) e oeste do Peru (sul de Ica);
  • Geothlypis aequinoctialis peruviana (Taczanowski, 1884) : Norte do Peru (Marañon Vale superior de Cajamarca e La Libertad);
  • Geothlypis aequinoctialis velata (Vieillot, 1809) : Sudeste do Peru, Bolívia, centro-sul do Brasil, Paraguai, Uruguai e nordeste da Argentina.

Alimentação

Alimenta-se de insetos, principalmente lagartas.

Reprodução

ninho é uma tigela funda, aberta, bem feita com folhas feitas de junco externamente e raízes finas na parte interna. Os 3 ovos são brancos com poucas manchas violetas e muitos pontos vermelho-escuros reunidos em coroa num dos polos.

Hábitos

Vive em brejos com arbustos, buritizais, restingas e matas de galeria. Esconde-se em moitas de vegetação, sendo observado apenas quando voa.

Distribuição Geográfica

Presente no Brasil em duas regiões separadas: 1) tanto ao norte do rio Amazonas, do rio Negro para leste até o Amapá, quanto ao sul, do baixo rio Madeira para leste até o Maranhão; 2) do sul do Piauí e Bahia para oeste até o Mato Grosso e em direção sul até o Rio Grande do Sul. Encontrado também da Costa Rica e Panamá à quase totalidade dos países da América do Sul, com exceção do Chile.

Fonte: pia-cobra (Geothlypis aequinoctialis) | WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Chimango - Milvago chimango (Vieillot, 1816)



Chimango

O chimango é uma ave falconiforme da família Falconidae. Também conhecido como caracará, caracaraí, chima-chima, chimango-carrapateiro, chimango-do-campo, ximango e gavião-chimango.
Tratado por alguns autores como pertencente ao gênero Polyborus, distinto de Milvago, pois estudo molecular recente indica que Milvago chimango e Milvago chimachima não são parentes próximos, ou mesmo congêneres.

Nome Científico

Seu nome científico significa: do (latim) milvus = falcão; e -ago = anterior, semelhante; e chimachima = onomatopeia argentina para o som emitido pelo caracará; Chimángo (de Azara, 1802-1805) (Milvago). ⇒ Falcão semelhante ao caracará.

Características

Mede entre 37 e 43 centímetros de comprimento e pesa entre 289 e 300 gramas. Sua envergadura mede entre 80 e 99 centímetros de comprimento
É totalmente pardo, com a cabeça e partes inferiores providas de desenho claro. As penas superiores da cauda e algumas áreas das asas são brancas.
As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos, pesando cerca de 300 gramas. O peso dos machos é ligeiramente abaixo: 290 gramas.

Machos adultos possuem tarsos amarelos, enquanto fêmeas e jovens, tarsos azulados. Segundo Sarasola (2011), os tarsos nus de 81 (Milvago chimango) capturados no centro da Argentina entre 2005 e 2008 eram de coloração amarela ou azul-rosada. As diferenças na cor não foram relacionadas com os níveis de carotenoides no plasma e não variaram sazonalmente. Pelo contrário, a expressão das duas cores foi afetada pelo gênero e idade dos indivíduos. Tarsos de cor amarela foram registrados apenas em adultos do sexo masculino, enquanto os do sexo feminino ou de jovens apresentaram-se na cor azulada.

Sobre a mudança de coloração dos tarsos dos chimangos machos, Figueroa (2015) diz que novos estudos são necessários para determinar quando exatamente os chimangos machos mudam a coloração de suas partes nuas de cinza-azulado para amarelo e se este tipo de sinalização visual é significativa para o território, formação dos casais ou seleção sexual.

Tem coloração ocrácea e creme, uma mancha clara em cada asa e lado ventral bruno-amarelado com estrias longitudinais escuras.

Diferencia-se do seu “parente”, o carrapateiro (Milvago chimachima), pois suas penas são marrons com as franjas mais claras. A parte inferior das asas é de tonalidade castanha, com manchas escuras.

Manifestações sonoras: assobio prolongado, típico, frequentemente seguido por chamados roucos: “iii-a”, “iii-a-tchá tchá tchá”, “chiä-kiä, kiä, kiä”.

Subespécies

Possui duas subespécies reconhecidas:

Aves de Terra do Fogo, por vezes, são tratadas como uma subespécie separada, fuegiensis; possível subespécie azarae ocorrendo no Paraguai.

  • Milvago chimango chimango (Vieillot, 1816) - ocorre nas florestas do sul do Brasil e do Paraguai até a região central da Argentina e do Chile;
  • Milvago chimango temucoensis (W. L. Sclater, 1918) - ocorre do sul do Chile e da Argentina até a Terra do Fogo no Cabo Horn.

(Clements checklist, 2014).

Alimentação

É capaz de adaptar-se a alimentação variada: come parasitas do gado, carniça (condição saprófaga oportunista), ovos de tartaruga, tira ninhegos e chega a atacar aves adultas.
É uma ave rapinante que preferencialmente se alimenta de carniça, embora possa atacar animais que perceba feridos ou doentes, incluindo ovelhas e até mesmo cavalos. Oportunista, pode usar a força do grupo para atacar qualquer presa.

Reprodução

O casal constrói o ninho junto, trazendo materiais que encontram nos arredores, também podendo ocupar os já feitos por outras aves. Realiza postura de um a cinco ovos, com um período de incubação de cerca de 26 a 27 dias. A nidificação pode ser separadamente ou em colônias. A postura ocorre a partir de setembro, sendo o mês de outubro o de maior produção. Constroem seus ninhos sobre a vegetação, e a preferência pela espécie ou localização não parece ter importância.
A incubação dura de 26 a 32 dias. Depois de cinco semanas os filhotes deixam o ninho. O casal compartilha as responsabilidades nos cuidados do ninho: construção, defesa, choco e alimentação dos filhotes.

Hábitos

Vive em regiões campestres, campos de cultura, beira do mar e praias, enfim em qualquer lugar aberto. É gregário, ou seja, vive em bandos. Beneficia-se pela expansão de áreas agropecuárias.
É encontrado em todo tipo de terreno onde a vegetação não seja muito alta, das regiões costeiras às planícies dos Pampas. É também encontrado em bosques desprovidos da vegetação secundária. Habita desde o nível do mar até uma altitude de 1500 metros.

Distribuição Geográfica

Ocorre da Terra do Fogo ao Paraguai, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais. Também registrado na Bolívia, Goiás e Rio de Janeiro.
Em particular em porções litorâneas, tornando-se gradativamente menos frequente no perímetro sul-norte e nos planaltos do interior de Santa Catarina.
No Paraná a ocorrência do chimango foi verificada no Parque Estadual Na Ilha do Mel, no Parque Nacional de Superagui e no Parque Nacional do Iguaçu.
Desconhecem-se outras áreas protegidas onde ocorra, da mesma forma como inexistem subsídios para inferências sobre potencial presença em outras unidades de conservação.

Fonte: chimango (Milvago chimango) | WikiAves - A Enciclopédia das Aves do Brasil